A rede social Instagram está a esconder publicações que mencionam o aborto e a exigir, em alguns casos, que os utilizadores confirmem que são adultos, antes de permitir a visualização.
Na terça-feira, as publicações de várias contas do Instagram administradas por grupos de defesa do direito ao aborto passaram a estar ocultas atrás de um aviso de “conteúdo sensível”.
Um texto intitulado ‘Aborto na América, como ajudar’, publicado numa página com mais de 25 mil seguidores, recebeu um aviso do Instagram, sobre “conteúdo gráfico ou violento”. A publicação incentivava os seguidores da página a doar dinheiro a organizações de aborto e a protestar contra a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América de revogar o direito constitucional ao aborto, que foi tomada na sexta-feira, dia 24 de junho.
Segundo a agência Associated Press (AP), o Instagram disse estar a corrigir o problema, que descreveu como um erro de programação. Um porta-voz da Meta, proprietária do Instagram, disse num e-mail que a empresa não impõe restrições de idade ao conteúdo sobre aborto. A empresa admitiu, numa publicação na rede social Twitter, que “pessoas em todo o mundo” estavam a ver ‘ecrãs de sensibilidade’ em diferentes conteúdos quando não deviam.”
A AP avançou, ainda, que tanto o Instagram como o Facebook, rede social também detida pela Meta, estavam a esconder publicações que ofereciam o envio de pílulas abortivas para estados norte-americanos que restringem o uso.
As redes sociais disseram que estavam a excluir estas publicações por violarem as políticas contra a venda ou distribuição de certos produtos, incluindo produtos farmacêuticos, drogas e armas de fogo.
No entanto, a mesma agência noticiosa descobriu que publicações semelhantes, a oferecer o envio gratuito de armas ou de canábis, não eram removidas pelo Facebook. Situação que a empresa ainda não comentou até ao momento.