O Spotify anunciou aos seus investidores que os audiolivros serão o seu próximo trunfo. O CEO, Daniel Ek acredita que disponibilizar audiolivros em vários formatos será uma grande oportunidade!
Segundo dados da Audio Publisher Association, o aumento da produção de audiolivros tem sido positivo nos EUA e espera-se o mesmo futuramente. Este crescimento pode justificar-se pelo facto de as gerações Z e Millennials serem os principais grupos de consumidores. O tipo de persona comum nestes dois grupos é jovem e com a agenda preenchida, assim, a sua atenção apenas é direcionada para coisas que realmente importam e merecem a sua atenção.
Neste caso, o facto de estar a ouvir um audiolivro não condiciona qualquer outra tarefa prática que esteja a ser concretizada no momento.
Para muitos, já é recorrente ouvir um audiolivro ou um podcast enquanto estão a almoçar, dar uma caminhada ou até a arrumar a casa, por isso, é esperado o mesmo seguimento daqui em diante. A vantagem do áudio é não ter que concentrar a atenção num suporte de vídeo, que requer a visualização de imagens para entender o conteúdo no seu todo.
Este pode ser um caminho marcado por uma evolução otimista, já que as gerações anteriormente mencionadas têm a capacidade de persuasão para estender esta novidade até às pessoas do seu círculo social, o que consequentemente poderá surtir um efeito positivo na aquisição de mais consumidores.
É preciso definir bem a tua estratégia enquanto profissional de comunicação/ agência de comunicação para acrescentares valor à tua marca/empresa. A inovação traz novos riscos, mas também novas oportunidades de elevares o teu negócio.
Um audiolivro proporciona uma experiência diferente, porque o leitor passa a ser ouvinte, o que pode despertar mais curiosidade do público pela forma original de aquisição de conhecimentos. Exemplo disso é o Spotify, ou de outras plataformas de streaming, como no caso de Portugal: a Kobo Plus e_LeYa, que conta com mais de 700 conteúdos áudio, entre eles audiolivros e podcasts.
Num exemplo mais concreto, é necessário perceber se esta estratégia faz sentido e adaptá-la ao teu negócio.
Neste caso específico do Spotify, é necessário ajustares a tua estratégia e perceber que tipo de persona precisas de segmentar, para adequares o teu tom de voz, perceber que tipo de conteúdos podes vir a criar e qual o planeamento que deverás adotar.
Para um resultado eficaz das necessidades do público-alvo no mercado dos audiolivros, um dos processos mais importantes a explorar será a jornada de compra do cliente, porque, através da mesma, será possível identificar quem adere a este tipo de conteúdo.
Neste exemplo, os nichos específicos, passam pelo público que consome audiolivros e podcasts.
Segundo o Spotify Culture Next 2022, “o áudio ajuda a geração Z a explorar elementos mais específicos do seu interior e a descobrir identidades que nunca tinham percebido. De facto, 80% dos norte-americanos da geração Z dizem que o áudio permite explorar diferentes aspetos da sua personalidade.”
Isto sugere que este novo formato deve ser continuamente desenvolvido, porque parece ser uma forte aposta!
O objetivo passa por transmitir o que o público-alvo quer ouvir e, claro, acrescentar valor a essa mesma experiência, através de conteúdos significativos.
Acredito que o formato de áudio traga uma nova perspetiva e iniciativa ao processo de aprendizagem do público.
Nos dias que correm, as pessoas têm sempre uma ocupação, seja trabalho, ou compromissos pessoais e acabam por presumir que não têm tempo para investir em competências e para adquirir novos conhecimentos. A verdade é que existe sempre tempo. Como foi dito, é possível concretizar algumas tarefas do dia a dia e ouvir conteúdo em formato áudio. Por vezes, a atenção pode até não estar a 100%, mas a interiorização está lá.
Penso que o cerne desta questão seja o apelo para a aposta no formato de áudio e permitir que, tanto as empresas, como o público saia da sua zona de conforto e exista a possibilidade de explorar esta opção, uma vez que esta prática é limitada em Portugal e poderia ser investigada a fundo, de modo a chegar a otimização de resultados.
Outro aspeto que considero relevante é a semelhança dos audiolivros com a música, na medida em que, através das músicas, são ativas as nossas emoções e memórias, sem qualquer suporte visual.
Escolhemos ouvir música por um determinado motivo que visa o nosso bem-estar. Os audiolivros podem também trazer emoções, expectativas e a criação de hipóteses de eventuais cenários. Esta conjuntura é interessante e apelativa porque é algo que ainda não foi assim tão desenvolvido em Portugal e, na minha opinião, tem a possibilidade de evoluir, se o tipo de conteúdo que for criado seja de total interesse do público. Os audiolivros podem ser um bom investimento de negócio ou até um complemento para a tua marca!
Para finalizar, deixo uma frase de Peter F. Drucker, um dos autores mais importantes na contribuição das teorias e práticas na área de Marketing:
“O conhecimento tem que ser melhorado, desafiado e aumentado constantemente, ou desaparece”.
Isto significa que o conhecimento é algo que se constrói e deve estar em constante renovação, assim como as novas formas de conteúdo, que devem ser estudadas e repensadas para que seja possível, através do que já existe continuar com boas fórmulas e também inovar no processo.
Os audiolivros têm, sem dúvida, muito potencial. Não há como não concordar com o Spotify!
Fontes:
Social Media Manager / Copywriter